EVANGELISMO PESSOAL
Souza,
Autilino B. de, evangelismo pessoal, série: estudos sobre evangelismo, segunda
edição, ABS edições, são Paulo, 1991, 84 p.[1]
Os quinze capítulos do
livro “Evangelismo Pessoal”, podem ser divididos em três grupos, por afinidade
de assuntos. Os cinco primeiros capítulos se reportam diretamente à preparação
do evangelista, oferecendo ao leitor ferramentas extremamente relevantes para o
exercício do ministério evangelístico, especificamente o evangelismo pessoal.
Nos próximos capítulos subsequentes, a saber, do 6º ao 9º, o autor com grande
propriedade e senso bíblico aprumado proporciona ao leitor ter um foco
equilibrado, bem embasado e sem restrições acadêmicas. Nesta parte, encontramos
uma coletânea sólida e impactante de versículos bíblicos a serem aplicados
durante o evangelismo. Como última parte, o autor faz um levantamento preciso e
direto, sem rodeios ou debates cansativos acerca das principais religiões,
seitas e heresias que o evangelista possa vir a encontrar em sua jornada,
propiciando informações específicas que tornarão a prática do evangelismo
pessoal uma experiência exitosa.
Nascido em um lar
evangélico, filho e neto de evangélicos, o Pastor Autilino Souza, foi batizado
aos treze anos de idade, sem contudo ter experimentado o novo nascimento ainda. Aos 28 anos de idade, já casado com Aurora
Bistafa de Souza, pai de duas filhas – Iara e Silvia, enfim teve, após uma
trajetória de vida densa, teve gloriosa experiência do novo nascimento em meio a uma crise pessoal e material. A essa
altura de sua vida era funcionário da administração do Hospital das Clínicas,
onde todos os seus colegas de trabalho puderam constatar sua real transformação
e testemunho cristão. Sob a legítima influência do Pr. Enéas Tognini, com quem
tem o privilégio de conviver há mais de quarenta anos. Em 1961, fora acometido
por um novo fato, sendo por tanto conduzido e despertado a buscar o batismo no
Espírito Santo, sendo então batizado com fervor.
Trabalhou ao lado do
Pastor Enéas por muitos anos, em Rádios e outros trabalhos. Liderou uma equipe
de evangelização composta por oito jovens (1962/1964), onde desenvolviam programas
radiofônicos, proliferação de literatura cristã e trabalhos específicos em
igrejas. Consagrado ao ministério pastoral em agosto de 1964, dedicou-se
durante dezessete anos à evangelização itinerante e avivamento entre as mais
diversas denominações evangélicas, percorrendo cerca de quinze estados do
Brasil. Nesse período, pastoreou igrejas em São Paulo – capital e interior.
Dirigiu vários encontros e/ou retiros evangélicos. Em 1981, foi convidado pelo
Pastor Enéas, para juntamente com ele e o Pastor Luiz Henrique de Carvalho,
organizarem na Vila Mariana em São Paulo, a Igreja Batista do Povo, onde
permaneceu pelo período de dez anos (1981-1991), exercendo, inclusive, cargos
na Convenção Batista Nacional e na Ordem de Ministros da mesma Convenção;
liderou, ainda, o trabalho externo de organização de congregações, tendo
participado diretamente na organização de cinco igrejas. Também, ministrou no
Seminário Teológico Batista Nacional, (São Paulo), nas disciplinas,
Eclesiologia, Pneumatologia e Evangelismo. Desde 1986, vem escrevendo lições
para a revista “Estudando a Palavra de Deus”. Atualmente, e por clara
orientação do Senhor Jesus, percorre de novo o país, pregando e ensinando em
várias denominações evangélicas.
Quanto à sua obra –
EVANGELISMO PESSOAL - o Pastor Autilino Souza, dá início com sobriedade e
grande senso didático apontando TRÊS ELEMENTOS BÁSICOS para o evangelismo,
sendo esse o tema do primeiro capítulo, onde parte de definições sobre o
evangelismo tais como: 1) a tarefa de testemunhar de Cristo aos perdidos; 2) a
tarefa de levar homens a salvação; 3) a tarefa de alistar vidas no serviço de
Cristo. O autor encerra essa sessão, com os elementos, informação, persuasão e integração.
Na sequência, trata da
compreensão sobre o evangelismo, onde aponta TRÊS REALIDADES IMPORTANTES, título
do segundo capítulo, que traz não somente questões, mas respostas fundamentadas
na Bíblia, apresentando assim algumas realidades: a) o que é realmente
evangelismo; b) da necessidade do evangelismo; c) a igreja de Cristo precisa da
visão celestial de João 4:35.
No terceiro capítulo - O
NOSSO MODELO DE EVANGELISTA PESSOAL – apresenta a pessoa do Senhor Jesus como
nossa referência para o evangelismo, destacando algumas de suas muitas qualidades,
a citar, diligência, paciência, determinação, compaixão, vida de oração,
comunhão com Deus, Espírito de sacrifício, concisão, Espírito compreensivo e
perdoador, qualidades estas indispensáveis para aquele que deseja se tornar um
evangelista pessoal.
Com o propósito de
fazer de sua obra um marco para o leitor, o autor tem o cuidado de orientar o
leitor para o livro certo, a saber, a Bíblia.
No capítulo quatro O
EVANGELISTA PESSOAL TEM QUE CONHECER A BÍBLIA, o Pastor destaca: “o evangelista
pessoal, e todos os salvos, devem conhecer, ler sem cessar as escrituras” (p.31).
Partindo deste comentário são oferecidos alguns “dados” sobre a Bíblia, como:
1) a inspiração e autenticidade da Bíblia; 2) fatos que comprovam a sua
veracidade; 3) preservação, tradução e divisão da Bíblia; 4) alterações na Bíblia
feitas pela mão do homem.
O último capítulo desse
primeiro momento se chama A SALVAÇÃO DA ALMA, onde o autor expõe: 1) três são
as partes da salvação: regeneração, justificação, santificação. 2) da
necessidade da salvação: porque todos pecaram, todos igualmente se desviaram, o
salário do pecado é a morte, todos perecerão se não se arrependerem, não há um
justo se quer, a perdição é eterna para todos que rejeitaram a Cristo e não tem
seus nomes escritos no Livro da Vida, porque o homem é incapaz de salvar-se, porque
o céu é um lugar de descanso eterno.
Outros são os itens e
subitens deste capítulo – A SALVAÇÃO DA ALMA -
que trata da maior inquietação da história da humanidade, sendo pois, os
principais tópicos: a salvação já foi consumada, como receber a Cristo como
salvador pessoal, “caminhos” que não salvam o homem, a segurança da salvação, confortando
os aflitos e desolados.
Nos capítulos seguintes,
o Pastor Autilino Souza faz uma abordagem de cunho prático acerca do evangelismo
pessoal, onde encontraremos os seguintes pontos: EVANGELISMO NO LAR, UMA MANEIRA
SIMPLES E OBJETIVA DE EVANGELIZAR PARENTES DISTANTES, EVANGELISMO PESSOAL
“LEIGO” E SUAS VANTAGENS e ESBOÇO RESUMIDO DO PLANO DA SALVAÇÃO, tendo tais
explanações a características de coerência e sobriedade. Nesse sentido é sugerido
que o primeiro lugar onde devemos evangelizar é nossa própria casa, enfatiza o
autor: “é verdade que não é nada fácil falarmos de Cristo para os nossos, mas é
necessário que falemos do amor e da graça divina a eles” (p.41). Em seguida, um
modelo de carta é oferecido para os que desejam alcançar parentes distantes, e
assim diz: “não havendo a oportunidade de pregarmos com os nossos lábios,
devemos endereçar uma carta evangelística, pelo menos uma vez aos nossos que
precisam de salvação” (p.45).
Em um capítulo
instigante o Pastor Autilino frisa a importância dos “leigos” para a expansão
do evangelho do Reino: “não se pode tratar de evangelismo pessoal e coletivo
sem pensar em movimento leigo” (p.49).
A segunda parte do
livro “Evangelismo Pessoal” é concluída com um ESBOÇO RESUMIDO DO PLANO DA
SALVAÇÃO, onde o autor torna acessível os trechos bíblicos de maior relevância
para o evangelismo, assim como outras duas discursões de grande importância:
RAZÕES FORTES PARA SERMOS EVANGELISTAS PESSOAIS e DESCULPAS COMUNS QUE COSTUMAMOS
DAR, PARA NÃO EVANGELIZAR.
O livro “Evangelismo
Pessoal” apresenta, por fim, um estudo resumido das principais religiões,
seitas, cultos heréticos e outros assuntos ligados ao evangelho, sendo que, desde
o CATOLICISMO ROMANO até as RELIGIÕES ORIENTAIS o autor enumera vários aspectos,
doutrinas e crenças, sempre nos proporcionando a melhor forma para combater os
entraves que, com certeza, fazem parte do desafio do “Evangelismo pessoal”.
Concluindo, O livro “Evangelismo
Pessoal” do Pastor. Autilino B. de Souza é uma ferramenta que todo aquele que
deseja ir e pregar o evangelho deveria acrescentar à sua biblioteca, pois se
trata de uma abordagem eficaz e descomplicada sobre uma das funções vitais da
igreja, a saber, o evangelismo pessoal. Encerrando, o autor enfatiza: “Para
ver, e sentir compaixão, da errante e infeliz multidão; Eu preciso ao Mestre
seguir, e das quatro paredes sair!” (p.81).
[1]
Thales Marcio Vale Gomes. Professor de Música, regente e arranjador. Graduando
dos cursos de Direito, Teologia e Licenciatura em Música, respectivamente
FACAM, SETEBAN, UFMA.
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