sábado, 27 de abril de 2013

EVANGELISMO PESSOAL
 
Souza, Autilino B. de, evangelismo pessoal, série: estudos sobre evangelismo, segunda edição, ABS edições, são Paulo, 1991, 84 p.[1]


 
Os quinze capítulos do livro “Evangelismo Pessoal”, podem ser divididos em três grupos, por afinidade de assuntos. Os cinco primeiros capítulos se reportam diretamente à preparação do evangelista, oferecendo ao leitor ferramentas extremamente relevantes para o exercício do ministério evangelístico, especificamente o evangelismo pessoal. Nos próximos capítulos subsequentes, a saber, do 6º ao 9º, o autor com grande propriedade e senso bíblico aprumado proporciona ao leitor ter um foco equilibrado, bem embasado e sem restrições acadêmicas. Nesta parte, encontramos uma coletânea sólida e impactante de versículos bíblicos a serem aplicados durante o evangelismo. Como última parte, o autor faz um levantamento preciso e direto, sem rodeios ou debates cansativos acerca das principais religiões, seitas e heresias que o evangelista possa vir a encontrar em sua jornada, propiciando informações específicas que tornarão a prática do evangelismo pessoal uma experiência exitosa.

Nascido em um lar evangélico, filho e neto de evangélicos, o Pastor Autilino Souza, foi batizado aos treze anos de idade, sem contudo ter experimentado o novo nascimento ainda. Aos 28 anos de idade, já casado com Aurora Bistafa de Souza, pai de duas filhas – Iara e Silvia, enfim teve, após uma trajetória de vida densa, teve gloriosa experiência do novo nascimento em meio a uma crise pessoal e material. A essa altura de sua vida era funcionário da administração do Hospital das Clínicas, onde todos os seus colegas de trabalho puderam constatar sua real transformação e testemunho cristão. Sob a legítima influência do Pr. Enéas Tognini, com quem tem o privilégio de conviver há mais de quarenta anos. Em 1961, fora acometido por um novo fato, sendo por tanto conduzido e despertado a buscar o batismo no Espírito Santo, sendo então batizado com fervor.

Trabalhou ao lado do Pastor Enéas por muitos anos, em Rádios e outros trabalhos. Liderou uma equipe de evangelização composta por oito jovens (1962/1964), onde desenvolviam programas radiofônicos, proliferação de literatura cristã e trabalhos específicos em igrejas. Consagrado ao ministério pastoral em agosto de 1964, dedicou-se durante dezessete anos à evangelização itinerante e avivamento entre as mais diversas denominações evangélicas, percorrendo cerca de quinze estados do Brasil. Nesse período, pastoreou igrejas em São Paulo – capital e interior. Dirigiu vários encontros e/ou retiros evangélicos. Em 1981, foi convidado pelo Pastor Enéas, para juntamente com ele e o Pastor Luiz Henrique de Carvalho, organizarem na Vila Mariana em São Paulo, a Igreja Batista do Povo, onde permaneceu pelo período de dez anos (1981-1991), exercendo, inclusive, cargos na Convenção Batista Nacional e na Ordem de Ministros da mesma Convenção; liderou, ainda, o trabalho externo de organização de congregações, tendo participado diretamente na organização de cinco igrejas. Também, ministrou no Seminário Teológico Batista Nacional, (São Paulo), nas disciplinas, Eclesiologia, Pneumatologia e Evangelismo. Desde 1986, vem escrevendo lições para a revista “Estudando a Palavra de Deus”. Atualmente, e por clara orientação do Senhor Jesus, percorre de novo o país, pregando e ensinando em várias denominações evangélicas.

Quanto à sua obra – EVANGELISMO PESSOAL - o Pastor Autilino Souza, dá início com sobriedade e grande senso didático apontando TRÊS ELEMENTOS BÁSICOS para o evangelismo, sendo esse o tema do primeiro capítulo, onde parte de definições sobre o evangelismo tais como: 1) a tarefa de testemunhar de Cristo aos perdidos; 2) a tarefa de levar homens a salvação; 3) a tarefa de alistar vidas no serviço de Cristo. O autor encerra essa sessão, com os elementos, informação, persuasão e integração.

Na sequência, trata da compreensão sobre o evangelismo, onde aponta TRÊS REALIDADES IMPORTANTES, título do segundo capítulo, que traz não somente questões, mas respostas fundamentadas na Bíblia, apresentando assim algumas realidades: a) o que é realmente evangelismo; b) da necessidade do evangelismo; c) a igreja de Cristo precisa da visão celestial de João 4:35.

No terceiro capítulo - O NOSSO MODELO DE EVANGELISTA PESSOAL – apresenta a pessoa do Senhor Jesus como nossa referência para o evangelismo, destacando algumas de suas muitas qualidades, a citar, diligência, paciência, determinação, compaixão, vida de oração, comunhão com Deus, Espírito de sacrifício, concisão, Espírito compreensivo e perdoador, qualidades estas indispensáveis para aquele que deseja se tornar um evangelista pessoal.

Com o propósito de fazer de sua obra um marco para o leitor, o autor tem o cuidado de orientar o leitor para o livro certo, a saber, a Bíblia.

No capítulo quatro O EVANGELISTA PESSOAL TEM QUE CONHECER A BÍBLIA, o Pastor destaca: “o evangelista pessoal, e todos os salvos, devem conhecer, ler sem cessar as escrituras” (p.31). Partindo deste comentário são oferecidos alguns “dados” sobre a Bíblia, como: 1) a inspiração e autenticidade da Bíblia; 2) fatos que comprovam a sua veracidade; 3) preservação, tradução e divisão da Bíblia; 4) alterações na Bíblia feitas pela mão do homem.

O último capítulo desse primeiro momento se chama A SALVAÇÃO DA ALMA, onde o autor expõe: 1) três são as partes da salvação: regeneração, justificação, santificação. 2) da necessidade da salvação: porque todos pecaram, todos igualmente se desviaram, o salário do pecado é a morte, todos perecerão se não se arrependerem, não há um justo se quer, a perdição é eterna para todos que rejeitaram a Cristo e não tem seus nomes escritos no Livro da Vida, porque o homem é incapaz de salvar-se, porque o céu é um lugar de descanso eterno.

Outros são os itens e subitens deste capítulo – A SALVAÇÃO DA ALMA -  que trata da maior inquietação da história da humanidade, sendo pois, os principais tópicos: a salvação já foi consumada, como receber a Cristo como salvador pessoal, “caminhos” que não salvam o homem, a segurança da salvação, confortando os aflitos e desolados.

Nos capítulos seguintes, o Pastor Autilino Souza faz uma abordagem de cunho prático acerca do evangelismo pessoal, onde encontraremos os seguintes pontos: EVANGELISMO NO LAR, UMA MANEIRA SIMPLES E OBJETIVA DE EVANGELIZAR PARENTES DISTANTES, EVANGELISMO PESSOAL “LEIGO” E SUAS VANTAGENS e ESBOÇO RESUMIDO DO PLANO DA SALVAÇÃO, tendo tais explanações a características de coerência e sobriedade. Nesse sentido é sugerido que o primeiro lugar onde devemos evangelizar é nossa própria casa, enfatiza o autor: “é verdade que não é nada fácil falarmos de Cristo para os nossos, mas é necessário que falemos do amor e da graça divina a eles” (p.41). Em seguida, um modelo de carta é oferecido para os que desejam alcançar parentes distantes, e assim diz: “não havendo a oportunidade de pregarmos com os nossos lábios, devemos endereçar uma carta evangelística, pelo menos uma vez aos nossos que precisam de salvação” (p.45).

Em um capítulo instigante o Pastor Autilino frisa a importância dos “leigos” para a expansão do evangelho do Reino: “não se pode tratar de evangelismo pessoal e coletivo sem pensar em movimento leigo” (p.49).

A segunda parte do livro “Evangelismo Pessoal” é concluída com um ESBOÇO RESUMIDO DO PLANO DA SALVAÇÃO, onde o autor torna acessível os trechos bíblicos de maior relevância para o evangelismo, assim como outras duas discursões de grande importância: RAZÕES FORTES PARA SERMOS EVANGELISTAS PESSOAIS e DESCULPAS COMUNS QUE COSTUMAMOS DAR, PARA NÃO EVANGELIZAR.

O livro “Evangelismo Pessoal” apresenta, por fim, um estudo resumido das principais religiões, seitas, cultos heréticos e outros assuntos ligados ao evangelho, sendo que, desde o CATOLICISMO ROMANO até as RELIGIÕES ORIENTAIS o autor enumera vários aspectos, doutrinas e crenças, sempre nos proporcionando a melhor forma para combater os entraves que, com certeza, fazem parte do desafio do “Evangelismo pessoal”.

Concluindo, O livro “Evangelismo Pessoal” do Pastor. Autilino B. de Souza é uma ferramenta que todo aquele que deseja ir e pregar o evangelho deveria acrescentar à sua biblioteca, pois se trata de uma abordagem eficaz e descomplicada sobre uma das funções vitais da igreja, a saber, o evangelismo pessoal. Encerrando, o autor enfatiza: “Para ver, e sentir compaixão, da errante e infeliz multidão; Eu preciso ao Mestre seguir, e das quatro paredes sair!” (p.81).



[1] Thales Marcio Vale Gomes. Professor de Música, regente e arranjador. Graduando dos cursos de Direito, Teologia e Licenciatura em Música, respectivamente FACAM, SETEBAN, UFMA.

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