sábado, 27 de abril de 2013

Uma Vida Cheia Do Espírito Santo, por Weline Martíns



CHARLES Grandison Finney. Uma Vida Cheia do Espírito Santo.
Minas Gerais: Editora Betânia S/C, 1980.60p.[1]




Charles G. Finney foi um grande evangelista do século dezenove que marcou a sua época com pregações impactantes em sua obra, Uma Vida Cheia do Espírito Santo o autor revela segredos de como receber esse revestimento, destacando em nove capítulos; Poder do Alto, Que vem a ser ? O Revestimento do Espírito, Revestimento de Poder do Alto, Será “Duro Este Discurso”? Oração Vitoriosa, Como Ganhar Almas, Como Vencer o Pecado, e por fim, Pregador, Salva-te a Ti Mesmo. Uma mensagem de desperta mento e de poder para nossas vidas.
No primeiro capitulo é destacado pelo autor a importância de como obter o Poder do Alto. Segundo o evangelho de Mateus e Lucas, Jesus Cristo da uma missão à sua igreja de converter as Nações e fazer discípulos, mas para que isso aconteça é necessário receber o revestimento do poder do alto, para o autor essa é a condição indispensável para realizar a missão dada por Jesus . As condições para esse revestimento requer consagração a Deus por completo, busca continua em orações e súplicas, sem jamais contemplar a iniquidade do coração, nesse processo de consagração de acordo com a busca verdadeira, haverá transformação de dentro para fora, retirando seus interesses próprios, mas buscando uma vontade divina.Esse poder é manifesto quando o cristão aprende a viver uma vida de abnegação capacitando-o a evidenciar um espírito de mansidão,o amor pela propagação do evangelho, o poder de ensinar, o poder de uma fé viva e cheia de amor; o dom da inspiração, ou seja, a revelação de muitas verdades e coragem moral para proclamar as boas novas sem vergonha e sem medo. Esse revestimento do Espírito é para todo aquele que foi reconciliado com Deus por meio de Jesus Cristo com o objetivo de capacitá-lo a levar a palavra de libertação. Finney ressalta que, não se deve confundir a conversão com a consagração à grande obra da conversão do mundo, pois quando alguém se converte a Cristo trata de forma direta e pessoal com Deus, onde aprende a renunciar suas vontades, abandona a incredulidade e o egoísmo, isso aconteceu com os discípulos de Jesus, mas, ainda não haviam recebido o revestimento especial que Jesus prometera segundo Atos 1:8. Uma ordem foi dada por Jesus, a de que aguardassem em Jerusalém até que fossem revestidos de poder. A submissão à ordem de Jesus os levou a esse revestimento, pois, eles aceitaram a admoestação e se reuniram todos para orar, compreendendo a necessidade de receberem tal revestimento para assim realizar a obra de Cristo na terra e ter bom êxito. Cristo declara que; “Quem crer em mim, como diz às Escrituras, do seu interior fluirão rios de água viva” (João 07: 38). Quer dizer, que dele procederá a uma influencia cristã, tendo em si o fator do poder para levar a impressão da verdade de Cristo ao coração dos homens. Um fato importante é destacado pelo autor, ele diz que, algumas carências da Igreja atualmente é a convicção profunda de que essa incumbência de salvar o mundo é dada a cada um dos discípulos de Cristo como tarefa a realizar na vida, outra carência é a convicção profunda da necessidade desse revestimento e uma fé sincera para recebê-lo.
Segundo autor, a oração do cristão precisa produzir resultados, e quando produz resultados produz vitória. São estabelecidas algumas condições segundo a bíblia: fé que Deus atende a oração, petição de acordo com a vontade de Deus e um estado de Espírito aprovado por Ele, pois, muitos pedem que sua vontade seja feita, porém, no íntimo não é isso que realmente desejam, deve haver ausência de egoísmo, como diz: “Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjares em vossos prazeres (Tiago. 4:3), também coloca que outra condição para uma oração vitoriosa é uma consciência pura diante de Deus (1 João. 3:20-21). Continuando, afirma que estamos ainda com uma missão a cumprir, ou seja, a de ganhar almas. Mas como faremos? Entendendo primeiro que a inimizade do homem com Deus é voluntaria e só pode ser vencida por meio de Jesus e de sua palavra regeneradora. O nosso objetivo é através do poder do Espírito Santo em nós convencê-los a se desprenderem de si mesmo, mas, isso só acontece quando a palavra é sabiamente apresentada, tomando toda a atenção do ouvinte, até que ele mesmo tenha interesse em ouvir a mensagem que fala ao seu coração. Se não tivermos sabedoria, se formos incoerentes e antifilosóficos e se não seguirmos uma ordem natural na apresentação do evangelho, não temos o direito de esperar pela cooperação divina. Todos os homens sabem que cometeram pecado, porém nem todos estão convictos, nem da culpabilidade, nem das más consequências que o pecado merece. Na sua maioria são descuidados, não sentem o fardo do pecado nem os horrores e terrores do remorso; não têm senso de condenação e de estarem perdidos. Sem convicção, porem, nãos podem entender nem apreciar a salvação do evangelho. Ninguém pode inteligentemente e de coração, pedir ou aceitar o perdão enquanto não percebe como é real e justa a sua condenação. É importante assegurar-lhe que “Deusnos deu vida eterna, e essa vida esta no seu filho”; que Cristo nos foi feito sabedoria, justiça, santificação e redenção; e que do princípio ao fim, ele achará toda a sua salvação em Cristo.
Dessa maneira, Finney, diz que um pregador realmente bem sucedido deve não apenas ganhar almas para Cristo, mas também conserva-las. Deve não somente sua conversão, mas também sua permanente santificação. Se seguirmos esse caminho e pregarmos constantemente com unção e poder, permanecendo na plenitude da doutrina de Cristo, poderemos esperar, com alegria, salvar tanto a nós mesmo como aos nossos ouvintes. E, acrescenta, é lamentável dizer que há muitos crentes vivendo na escravidão legalista descrita no capitulo sete de Romanos; uma vida de pecar, de resolver reformar- se e de cair novamente. A orientação errônea de como vencer o pecado dos próprios pastores resume-se nisto: “Trata com teus pecados de um por um, resolve abandona-los e lutar contra eles, com oração e jejum se for preciso, até vencê-los. Dispõe firmemente da tua vontade contra recaída no pecado, ora e luta, resolve não fraquejar e persiste nisso até que formes o hábito da obediência e quebres todos os teus hábitos pecaminosos”. É verdade que acrescentam: “Nessa luta não deveras depender das tuas próprias forças, mas pedir auxílio de Deus”. Isso é dirigir a atenção ao ato patente do pecado, sua fonte ou ocasiões. Tomar a decisão e lutar contra o ato, nos faz concentrar a atenção no pecado e sua fonte, desviando-a inteiramente de Cristo.
Finney esclarece que é essencial que todos os esforços dessa natureza são inúteis e ainda em desacordo com a Bíblia. Esta afirma que o pecado só pode ser vencido por meio de Cristo. “Diz-se a respeito dos crentes que seus corações são purificados pela fé” (At. 15.9). Em Atos 26.18 afirma-se que são santificados pela fé. A doutrina da Bíblia é que pela fé Cristo salva o seu povo do pecado; que o Espírito de Cristo é recebido pela fé para habitar no coração. O amor é operado e sustentado pela fé. Pela fé os crentes vencem o mundo, a carne, e o diabo. Essa é a vitória que vence o mundo, a nossa fé, pois por ela recebemos o Espírito de Deus que opera em nós o querer quanto o realizar. Ele derrama em nós o seu próprio amor, acendendo assim o nosso, (Rm.5.5) ou seja toda  vitória sobre o pecado vem pela fé em Jesus Cristo.
Percebemos que o referido autor é uma pessoa fervorosa em relação ao evangelismo, assim é necessário comentar um pouco sua biografia. Charles Grandison Finney foi um pregador, professor, teólogo, abolicionista, avivalista e um dos líderes do Segundo Grande Despertar (Second Great Awakening). Introduziu várias inovações no ministério religioso, tais como a censura pública e nominal de pessoas durante o sermão, a permissão da manifestação das mulheres em cultos para ambos os gêneros e outros. Era também famoso por realizar seus sermões de improviso.Nasceu no dia 29 de agosto de 1792, na cidade de Warren-Connecticut, EUA. A sua família não era religiosa, e ele foi criado sem nenhuma formação cristã. Aos 26 anos começou a trabalhar num escritório de advocacia na cidade de Adams, e frequentou uma igreja, apesar de achar que as orações daqueles crentes não estavam sendo respondidas.  Em outubro de 1821, experimentou sua poderosa conversão, seguindo foi batizado no Espírito Santo.
Deus reuniu elementos especiais na vida de Finney. Suas experiências espirituais foram resultados de uma conversação genuína e uma busca contínua dos mistérios do Pai. Finney não se conformava com a condição cristã vivida pelos crentes de sua época, por isso marcou sua geração submetendo-se às ordenanças de Cristo e sendo assim, usado como um grande instrumento de reavivamento, alcançando êxito em sua obra - Uma vida Cheia do Espírito Santo.
Finney nos orienta com muita segurança como alcançar um patamar maior, no que desrespeito ao Reino de Deus e sua obra aqui na terra, só é possível deixar marcas resultantes com uma vida cheia do Espírito Santo e desejar ardentemente o avivamento que parte de dentro nós, como bem coloca o autor: "A maior necessidade de nossos dias é poder do alto." - Charles Finney
O que foi registrado nesta obra serve como fonte de inspiração para a uma grande mudança de comportamento cristão nessa sociedade tão corrompida pelos homens que a constituem. O referido livro de Finney é recomendável para aquele que tem a consciência de que ainda não entendeu a mensagem e a missão de Jesus aqui na terra através de nós, é mais uma oportunidade para aqueles que já estão esperando Deus fazer algo com base na fé professa e veemente contida na mensagem de Jesus Cristo, nosso salvador.






[1]Weline Andrade Martins. Graduanda em Teologia no Seminário de Teologia Batista Nacional - SETEBAN. 
EVANGELISMO PESSOAL
 
Souza, Autilino B. de, evangelismo pessoal, série: estudos sobre evangelismo, segunda edição, ABS edições, são Paulo, 1991, 84 p.[1]


 
Os quinze capítulos do livro “Evangelismo Pessoal”, podem ser divididos em três grupos, por afinidade de assuntos. Os cinco primeiros capítulos se reportam diretamente à preparação do evangelista, oferecendo ao leitor ferramentas extremamente relevantes para o exercício do ministério evangelístico, especificamente o evangelismo pessoal. Nos próximos capítulos subsequentes, a saber, do 6º ao 9º, o autor com grande propriedade e senso bíblico aprumado proporciona ao leitor ter um foco equilibrado, bem embasado e sem restrições acadêmicas. Nesta parte, encontramos uma coletânea sólida e impactante de versículos bíblicos a serem aplicados durante o evangelismo. Como última parte, o autor faz um levantamento preciso e direto, sem rodeios ou debates cansativos acerca das principais religiões, seitas e heresias que o evangelista possa vir a encontrar em sua jornada, propiciando informações específicas que tornarão a prática do evangelismo pessoal uma experiência exitosa.

Nascido em um lar evangélico, filho e neto de evangélicos, o Pastor Autilino Souza, foi batizado aos treze anos de idade, sem contudo ter experimentado o novo nascimento ainda. Aos 28 anos de idade, já casado com Aurora Bistafa de Souza, pai de duas filhas – Iara e Silvia, enfim teve, após uma trajetória de vida densa, teve gloriosa experiência do novo nascimento em meio a uma crise pessoal e material. A essa altura de sua vida era funcionário da administração do Hospital das Clínicas, onde todos os seus colegas de trabalho puderam constatar sua real transformação e testemunho cristão. Sob a legítima influência do Pr. Enéas Tognini, com quem tem o privilégio de conviver há mais de quarenta anos. Em 1961, fora acometido por um novo fato, sendo por tanto conduzido e despertado a buscar o batismo no Espírito Santo, sendo então batizado com fervor.

Trabalhou ao lado do Pastor Enéas por muitos anos, em Rádios e outros trabalhos. Liderou uma equipe de evangelização composta por oito jovens (1962/1964), onde desenvolviam programas radiofônicos, proliferação de literatura cristã e trabalhos específicos em igrejas. Consagrado ao ministério pastoral em agosto de 1964, dedicou-se durante dezessete anos à evangelização itinerante e avivamento entre as mais diversas denominações evangélicas, percorrendo cerca de quinze estados do Brasil. Nesse período, pastoreou igrejas em São Paulo – capital e interior. Dirigiu vários encontros e/ou retiros evangélicos. Em 1981, foi convidado pelo Pastor Enéas, para juntamente com ele e o Pastor Luiz Henrique de Carvalho, organizarem na Vila Mariana em São Paulo, a Igreja Batista do Povo, onde permaneceu pelo período de dez anos (1981-1991), exercendo, inclusive, cargos na Convenção Batista Nacional e na Ordem de Ministros da mesma Convenção; liderou, ainda, o trabalho externo de organização de congregações, tendo participado diretamente na organização de cinco igrejas. Também, ministrou no Seminário Teológico Batista Nacional, (São Paulo), nas disciplinas, Eclesiologia, Pneumatologia e Evangelismo. Desde 1986, vem escrevendo lições para a revista “Estudando a Palavra de Deus”. Atualmente, e por clara orientação do Senhor Jesus, percorre de novo o país, pregando e ensinando em várias denominações evangélicas.

Quanto à sua obra – EVANGELISMO PESSOAL - o Pastor Autilino Souza, dá início com sobriedade e grande senso didático apontando TRÊS ELEMENTOS BÁSICOS para o evangelismo, sendo esse o tema do primeiro capítulo, onde parte de definições sobre o evangelismo tais como: 1) a tarefa de testemunhar de Cristo aos perdidos; 2) a tarefa de levar homens a salvação; 3) a tarefa de alistar vidas no serviço de Cristo. O autor encerra essa sessão, com os elementos, informação, persuasão e integração.

Na sequência, trata da compreensão sobre o evangelismo, onde aponta TRÊS REALIDADES IMPORTANTES, título do segundo capítulo, que traz não somente questões, mas respostas fundamentadas na Bíblia, apresentando assim algumas realidades: a) o que é realmente evangelismo; b) da necessidade do evangelismo; c) a igreja de Cristo precisa da visão celestial de João 4:35.

No terceiro capítulo - O NOSSO MODELO DE EVANGELISTA PESSOAL – apresenta a pessoa do Senhor Jesus como nossa referência para o evangelismo, destacando algumas de suas muitas qualidades, a citar, diligência, paciência, determinação, compaixão, vida de oração, comunhão com Deus, Espírito de sacrifício, concisão, Espírito compreensivo e perdoador, qualidades estas indispensáveis para aquele que deseja se tornar um evangelista pessoal.

Com o propósito de fazer de sua obra um marco para o leitor, o autor tem o cuidado de orientar o leitor para o livro certo, a saber, a Bíblia.

No capítulo quatro O EVANGELISTA PESSOAL TEM QUE CONHECER A BÍBLIA, o Pastor destaca: “o evangelista pessoal, e todos os salvos, devem conhecer, ler sem cessar as escrituras” (p.31). Partindo deste comentário são oferecidos alguns “dados” sobre a Bíblia, como: 1) a inspiração e autenticidade da Bíblia; 2) fatos que comprovam a sua veracidade; 3) preservação, tradução e divisão da Bíblia; 4) alterações na Bíblia feitas pela mão do homem.

O último capítulo desse primeiro momento se chama A SALVAÇÃO DA ALMA, onde o autor expõe: 1) três são as partes da salvação: regeneração, justificação, santificação. 2) da necessidade da salvação: porque todos pecaram, todos igualmente se desviaram, o salário do pecado é a morte, todos perecerão se não se arrependerem, não há um justo se quer, a perdição é eterna para todos que rejeitaram a Cristo e não tem seus nomes escritos no Livro da Vida, porque o homem é incapaz de salvar-se, porque o céu é um lugar de descanso eterno.

Outros são os itens e subitens deste capítulo – A SALVAÇÃO DA ALMA -  que trata da maior inquietação da história da humanidade, sendo pois, os principais tópicos: a salvação já foi consumada, como receber a Cristo como salvador pessoal, “caminhos” que não salvam o homem, a segurança da salvação, confortando os aflitos e desolados.

Nos capítulos seguintes, o Pastor Autilino Souza faz uma abordagem de cunho prático acerca do evangelismo pessoal, onde encontraremos os seguintes pontos: EVANGELISMO NO LAR, UMA MANEIRA SIMPLES E OBJETIVA DE EVANGELIZAR PARENTES DISTANTES, EVANGELISMO PESSOAL “LEIGO” E SUAS VANTAGENS e ESBOÇO RESUMIDO DO PLANO DA SALVAÇÃO, tendo tais explanações a características de coerência e sobriedade. Nesse sentido é sugerido que o primeiro lugar onde devemos evangelizar é nossa própria casa, enfatiza o autor: “é verdade que não é nada fácil falarmos de Cristo para os nossos, mas é necessário que falemos do amor e da graça divina a eles” (p.41). Em seguida, um modelo de carta é oferecido para os que desejam alcançar parentes distantes, e assim diz: “não havendo a oportunidade de pregarmos com os nossos lábios, devemos endereçar uma carta evangelística, pelo menos uma vez aos nossos que precisam de salvação” (p.45).

Em um capítulo instigante o Pastor Autilino frisa a importância dos “leigos” para a expansão do evangelho do Reino: “não se pode tratar de evangelismo pessoal e coletivo sem pensar em movimento leigo” (p.49).

A segunda parte do livro “Evangelismo Pessoal” é concluída com um ESBOÇO RESUMIDO DO PLANO DA SALVAÇÃO, onde o autor torna acessível os trechos bíblicos de maior relevância para o evangelismo, assim como outras duas discursões de grande importância: RAZÕES FORTES PARA SERMOS EVANGELISTAS PESSOAIS e DESCULPAS COMUNS QUE COSTUMAMOS DAR, PARA NÃO EVANGELIZAR.

O livro “Evangelismo Pessoal” apresenta, por fim, um estudo resumido das principais religiões, seitas, cultos heréticos e outros assuntos ligados ao evangelho, sendo que, desde o CATOLICISMO ROMANO até as RELIGIÕES ORIENTAIS o autor enumera vários aspectos, doutrinas e crenças, sempre nos proporcionando a melhor forma para combater os entraves que, com certeza, fazem parte do desafio do “Evangelismo pessoal”.

Concluindo, O livro “Evangelismo Pessoal” do Pastor. Autilino B. de Souza é uma ferramenta que todo aquele que deseja ir e pregar o evangelho deveria acrescentar à sua biblioteca, pois se trata de uma abordagem eficaz e descomplicada sobre uma das funções vitais da igreja, a saber, o evangelismo pessoal. Encerrando, o autor enfatiza: “Para ver, e sentir compaixão, da errante e infeliz multidão; Eu preciso ao Mestre seguir, e das quatro paredes sair!” (p.81).



[1] Thales Marcio Vale Gomes. Professor de Música, regente e arranjador. Graduando dos cursos de Direito, Teologia e Licenciatura em Música, respectivamente FACAM, SETEBAN, UFMA.

De Pastor a Pastor, por Frederick Guimarães.


LOPES, Hernandes Dias. De pastor a pastor: Princípios para ser um pastor segundo o coração de Deus.  Hagnos: São Paulo, 2008. 167p.[1]

Nesta Obra, Hernandes Dias Lopes apresenta vários princípios para àqueles que escutam e atendem o chamado de Deus a fim de serem embaixadores de Cristo na terra. Hernandes fala de pastor a pastores e a futuros vocacionados ao pastorado. Descreve a importância, a responsabilidade, o privilégio de ser um anunciador do evangelho, o homem com o posto mais nobre que alguém pode exercer. Cita, E. E. Bounds, “A Igreja de hoje não precisa de novos mecanismos ou métodos e sim de homens que deixam ser usados pelo Espírito Santo”. Esta obra classifica-se em um catálogo sistemático como teologia pastoral e seu autor é Bacharel em teologia pelo Seminário Presbiteriano do Sul, Campinas, são Paulo e Doutor em Ministério pelo Reformed theological Seminary de Jackson, Mississipi, Estados Unidos. Pastor da primeira Igreja Presbiteriana de Vitória, Espirito Santo, desde 1985. Conferencista e escritor, com mais de 100 livros publicados. É casado com Udemilta Pimentel Lopes, pai de Thiago e Mariana. From 1949 until his retirement in 1982 Guthrie was lecturer in New Testament studies at London Bible College (now London School of Theology ), and from 1978 until 1982 he served as vice-principal of the college.Outras obras de destaque são: Guthrie wrote New Testament Introduction (1962) and New Testament Theology (1981) which are recognized as significant books related to the New Testament . [ 2 ]As Faces da Espiritualidade (2000), Pai, Um Homem de Valor (2008) e Fome de Deus (2004).
Nesta edificadora obra, o autor começa relatando profunda angústia quando diz: “É grito da minha alma e o soluço do meu coração”, e que ela foi escrita muitas vezes “com dor e até com lágrimas”, tudo isto pela crise moral em que estamos vivenciando em nossos dias, mas também declara com alegria e paixão a satisfação de ser pregador do evangelho, consolador dos aflitos, edificador dos santos e pastor de almas, como uma missão única e abençoada. Na obra, compartilha e exorta de maneira clara que antes de pastorear as ovelhas de Cristo o pastor precisa pastorear a si mesmo. Que o pastor não pode ser imaturo e muito menos inconsistente. Que a vida do pastor é a vida do seu ministério. Relata ainda, pontos importantes da vida de um pastor, das responsabilidades, funções e principalmente faz um alerta aos perigos que um pastor enfrenta durante o seu ministério.  O conteúdo deste livro descreve oito assuntos, são eles: Os perigos do pastor, A vocação do pastor, O preparo do pastor, A vida devocional do pastor, Os atributos do pastor, Os sofrimentos do pastor, Os compromissos do pastor e por fim, O salário do pastor.
Neste livro, Hernandes registra que ao percorrer por nossa nação, pregando em várias localidades, tem notado como Deus tem usado homens que estão impactando profundamente muitas vidas, mas por outro lado, tem visto uma crise de identidade pastoral que tem afetado as estruturas da sociedade. Afirma que a classe pastoral vive uma crise de descredito, o autor faz um paralelo entre o passado e o presente da imagem do pastor perante a sociedade, de como o pastor era respeitado e confiável. Cita ainda que pesquisas recentes feitas no Brasil apontaram os políticos, a polícia e os pastores como as três classes mais desacreditadas. Mostra uma clara inversão de valores, uma crise de integridade e identidade, pois os que deveriam guardar a ética tropeçam nela, afirma.
Por essa razão, o autor entende que certos pastores ainda não foram convertidos de fato, algo difícil de compreender, homens que ainda não foram alcançados pelo evangelho que pregam. Pregam arrependimento, mas ainda não se arrependeram, anunciam a graça, mas jamais foram transformados por ela, conduzem os perdidos à salvação, mas ainda estão perdidos, conclui. Outro ponto importante é que existem pastores não vocacionados no ministério. Este é um tema que não deve ser subestimado, deve ser discutido, deve ser o vetor que rege as escolhas dos homens. Que a vocação é a consciência de estar no lugar certo, fazendo a coisa certa e que a vocação pode ser tanto um pendor como um chamado. Afirma  que o dinheiro e o lucro não são vetores das escolhas profissionais, que o homem não deve buscar cargos e sim identificar sua vocação no âmbito social e que deve descobrir a real motivação para o ministério, se é o glamour da liderança pastoral ou se é um chamado interno e eficaz do Espírito Santo. Cita a obra de John Jonett, O Pregador, sua Vida e sua Obra, que a convicção do chamado e a certeza da vocação não ocorrem quando vemos todas as portas se fechando e, depois, contemplamos a porta aberta para o ministério. Vocação é quando você tem todas as portas abertas, mas só consegue enxergar a porta do ministério.
O autor cita ainda, vários tipos de perigos internos e externos em que o pastor precisa identificar em si e em suas ovelhas, afim de não cair em práticas contrarias ao perfil daquele que é chamado por Deus. A preguiça tem destaque e o apóstolo Paulo é lembrado quando diz que “os presbíteros que se afadigam na palavra são dignos de redobrados honorários”. Pois, pastores que fazem a obra relaxadamente jamais se empenharão em proteger, alimentar e cuidar das ovelhas de Cristo. Buscam o bônus, mas não querem o ônus, vantagens, mas jamais o sacrifício, são obreiros relaxados, são pastores de si.
Esclarece o autor ainda, que em nosso meio é crescente o número de pastores gananciosos focados no dinheiro das ovelhas e não na salvação delas, mudando muitas vezes a mensagem para a obtenção de lucros. Outro perigo são pastores instáveis emocionalmente onde ao invés de estarem sendo pastoreados estão pastoreando. Um pastor sem equilíbrio pode trazer grandes prejuízos para si, para sua família e para sua Igreja. Existem ainda, pastores com medo de fracassar no ministério, no aconselhamento e na administração. O medo é um perigo que vários pastores carregam em si, o medo de fracassar no púlpito, na obra que lhe foi confiada. O medo do fracasso, diz o autor, é uma circunstância e nunca uma característica pessoal. Pastores confusos teologicamente são um perigo para a Igreja Evangélica, pois, o que cresce nos dias atuais não é o evangelho da salvação e sim o da prosperidade. Acima de tudo se fala de tesouros na terra e não de tesouros no céu e que a culpa disso são dos ventos de doutrinas criados por homens sem temor e cheios de heresias. Pastores mentores de novidades e estratégias milagrosas, marqueteiros. Pastores que manobram as massas, que estão perdidos e fazem o povo de Deus errar. E ainda outros que abandonaram a sã doutrina, liberais e não acreditam que a Bíblia é inerrante e suficiente. São discípulos de Darwin e não de Cristo. Adotam o liberalismo que é um veneno mortífero para aqueles que desejam uma Igreja sólida na Palavra. Pastores autoritários que não aceitam ser questionados. Outros pastores reféns de líderes autoritários e manipuladores, sobre tudo, na disputa de poder nos postos mais altos da Igreja. Estes líderes têm dado mais trabalho do que as ovelhas.
Existem ainda, registra o autor, pastores que se iludem com o ministério, acham que o ministério é um mar de rosas, um parque de diversões. Hernandes mostra que é justamente o contrário, que quem entra para o ministério precisa estar consciente das pressões, desafios, guerras que acontecem no dia a dia. Devem entender que ser pastor é investir em vidas e isso é cansativo e quase sempre sem reconhecimento. O pastor deve estar muito atento para os perigos de cuidar dos outros e de descuidar da sua família e que, por esta razão, muitos estão com o casamento destruído no ministério. À distância ou o abismo que existe entre o púlpito e o lar tira do pastor a unção de exercer o ministério com fidelidade e eficácia. Que se o pastor não for benção dentro de casa não o será também no púlpito. Que a família é o primeiro rebanho do pastor.
Outro ponto é que existem pastores descontrolados financeiramente no ministério. O pastor deve ser um homem irrepreensível e o que autentica o trabalho do pastor no púlpito, no gabinete pastoral e nas demais áreas do ministério é a sua integridade moral, sua piedade e sua responsabilidade administrativa, considera o autor. O pastor não deve ter pendência financeira na praça, não pode estar envolvido com dívidas, ser irresponsável com seus compromissos financeiros. Destaca ainda, o perigo de comprar o que não precisa, com o dinheiro que não tem, para impressionar pessoas que não conhecem, haja vista que vivemos em uma sociedade consumista, finaliza.
Hernandes relata que muitos pastores estão em pecado no ministério, o autor revela que não há nada mais perigoso para a vida espiritual de um homem que se acostumar com o sagrado. Fazer a obra de Deus, mas não viver para Deus. Que o ministro infiel é pior do que um incrédulo. Cita Charles Spurgion onde afirmava que “um ministro sem piedade é o maior agente do diabo em uma igreja”. O autor expõe que o pecado do pastor é mais grave, mais hipócrita e mais devastador do que o pecado das pessoas. Que cresce, de forma espantosa, o número de pastores com envolvimentos sexuais ilícitos nas Igrejas, as estatísticas são inacreditáveis, observa o autor. Também que muitos obreiros já perderam a sensibilidade espiritual e o temor a Deus por estarem vivendo na prática do pecado e, ao mesmo tempo, pregando, ministrando a ceia e aconselhando os aflitos. O autor termina chamando os líderes ministeriais por um novo tempo de restauração, tempo de pastores se humilharem e se arrependerem e clamarem a Deus por uma visitação do céu em suas vidas.
A obra é bem profunda nas questões crucias da vida de um pastor, esclarece com propriedade os assuntos apresentados.  São problemáticas atuais que o autor torna evidente através de uma linguagem clara, simples e direta. Não há duvida de que traz a todo pastor, um momento de reflexão e de busca a respeito da essência do seu chamado.
O referido livro deve ser recomendado para todo aquele que tem um chamado ministerial e que precisa identificar e evitar em sua caminhada os espinhos, as barreiras, os perigos. Por outro lado, a obra esclarece de que forma um homem de Deus deve agir para que seu ministério venha a crescer de forma sadia e de acordo com a vontade de Deus. Destaca-se pelas características do caráter de Cristo, uma vez que sem ele, nada poderá se fazer para agradar o coração do Pai.  






[1] Frederick Guimarães. Graduando do Seminário Teológico Batista Nacional – SETEBAN.

sábado, 20 de abril de 2013

Apresentação


"Os justos florescerão como a  palmeira, crescerão como o CEDRO DO LÍBANO",    Salmos 92.12


Graça e Paz da parte de Deus, nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo !

               
                Somos a turma de futuros bacharéis em Teologia, egressos em 2013, do Seminário Teológico Batista Nacional - SETEBAN, localizado em São Luís - Maranhão e este blog é fruto de nossos estudos nas disciplinas do 1º período do curso: Produção e Interpretual Textual e Metodologia da Pesquisa Teológica ministrada pela profª. doutoranda Keyle Monteiro.
                  Como o versículo acima, em nossa apresentação objetivamos com esse espaço socializar com todos, as produções textuais e cientifícas desenvolvidas a partir de leituras bíblicas-cristãs que fazem florescer um crescimento intelectual e espiritual efetivo em nossas vidas. 
                    Damos graças à Deus, pelo nosso chamado, por essa rica oportunidade e pela vida de cada leitor que se disponibiliza a compartilhar conosco as leituras que se seguem, de resenhas, papers, outras atividades e reflexões.


Cordialmente em Cristo,

A Turma de Bacharéis em Teologia 2013 do SETEBAN.